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Primeira parte: Capítulo Quinze A mulher estéril se alegraria Isaías 54:1-17 1. Por que Sara ansiava ter filhos, e qual era sua situação nesse respeito?
Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos em nosso coração dele, corre para nossa conta
Missª Maria C Martins – Serva do Deus Altissimo – de Alagoas-AL Reside em Nazaré Paulista – SP |
Sexta-feira, |atualiza 15 de Outubro, 2021|18h14 – Nazaré Paulista – SP. ![]() |
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- SARA desejava ter filhos. Infelizmente, porém, ela era estéril, e isso lhe causava muita tristeza. Nos seus dias, a esterilidade era encarada como algo vergonhoso, mas o sofrimento de Sara ia, além disso. Ela anelava ver o cumprimento da promessa de Deus feita ao seu marido. Abraão geraria um descendente que seria uma bênção para todas as famílias da Terra. (Gênesis 12:1-3) No entanto, décadas depois de Deus ter feito essa promessa, eles ainda não tinham filhos. Sara envelheceu e continuou estéril. É possível que às vezes ela se tivesse perguntado se suas esperanças não eram em vão. Certo dia, porém, seu desespero se transformou em alegria! 2. Por que nos deve interessar a profecia registrada no capítulo 54 de Isaías?
2. A aflição de Sara nos ajuda a entender a profecia registrada no capítulo 54 de Isaías. Fala-se ali a Jerusalém como se fosse uma mulher estéril que viria a conhecer a grande alegria de ter muitos filhos. Por representar seu antigo povo coletivamente como sua esposa, Jeová mostra seus ternos sentimentos para com eles. Além disso, esse capítulo de Isaías nos ajuda a desvendar um aspecto crucial do que a Bíblia chama de “segredo sagrado”. (Romanos 16:25, 26) A identidade da “mulher” e sua experiência predita nessa profecia lançam importante luz sobre a adoração pura hoje. Identificada a “mulher” 3. Por que a “mulher” estéril teria motivos para se alegrar?
3. O capítulo 54 começa num tom feliz: “‘Grita de júbilo, ó mulher estéril que não deste à luz! Fica animada com clamor jubilaste e grita estridentemente, tu que não tiveste dores de parto, porque os filhos da desolada são mais numerosos do que os filhos da mulher que tem um dono marital’, disse Jeová.” (Isaías 54:1) Com quanta emoção Isaías deve ter proferido essas palavras! E quanto consolo seu cumprimento traria aos judeus exilados em Babilônia! Naquele tempo, Jerusalém ainda estaria desolada. Do ponto de vista humano, pareceria não haver esperança de que fosse repovoada, assim como uma mulher estéril normalmente não teria esperança de ter filhos na idade avançada. Mas essa “mulher” tinha uma grande bênção no futuro — tornar-se-ia fértil. Jerusalém ficaria fora de si de alegria. Voltaria a fervilhar de “filhos”, ou moradores.
4. (a) Como o apóstolo Paulo nos ajuda a ver que o capítulo 54 de Isaías tem de ter um cumprimento maior que o de 537 AEC? (b) O que é a “Jerusalém de cima”? 4 Isaías talvez não soubesse, mas essa profecia teria mais de um cumprimento. O apóstolo Paulo cita do capítulo 54 de Isaías e explica que a “mulher” significa algo muito mais importante do que a cidade terrestre de Jerusalém. Ele escreve: “A Jerusalém de cima é livre, e ela é a nossa mãe.” (Gálatas 4:26) O que é essa “Jerusalém de cima”? Obviamente não é a cidade de Jerusalém na Terra Prometida. Essa cidade é terrestre, não “de cima”, no domínio celestial. “Jerusalém de cima” é a “mulher” celestial de Deus, sua organização de poderosas criaturas espirituais.
5. No drama simbólico esboçado em Gálatas 4:22-31, quem é prefigurado por (a) Abraão? (b) Sara? (c) Isaque? (d) Agar? (e) Ismael? 5 Mas como pode Jeová ter duas mulheres simbólicas — uma celestial e outra terrestre? Existe uma incoerência aqui? De modo algum. O apóstolo Paulo mostra que a resposta está no quadro profético provido pela família de Abraão. (Gálatas 4:22-31; veja “A família de Abraão — um quadro profético”, na página 218.) Sara, ‘a mulher livre’ e esposa de Abraão, representa a organização-esposa de Jeová, composta de criaturas espirituais. Agar, escrava e esposa secundária, ou concubina, de Abraão, representa a Jerusalém terrestre. 6. Em que sentido a organização celestial de Deus teve um longo período de esterilidade?
6 Com esse cenário, começamos a ver o profundo significado de Isaías 54:1. Depois de décadas de esterilidade, Sara deu à luz Isaque aos 90 anos de idade. Similarmente, a organização celestial de Jeová teve um longo período de esterilidade. Lá no Éden, Jeová prometera que sua “mulher” produziria o “descendente”. (Gênesis 3:15) Mais de 2 mil anos depois, Jeová fez seu pacto com Abraão a respeito do Descendente da promessa. Mas a “mulher” celestial de Deus teria de esperar muitos, muitos séculos antes de produzir esse Descendente. Ainda assim, chegou o tempo em que os filhos dessa outrora “mulher estéril” eram mais numerosos do que os do Israel carnal. A ilustração da mulher estéril nos ajuda a entender por que os anjos estavam tão ansiosos de testemunhar a chegada do predito Descendente. (1 Pedro 1:12) Quando foi que isso finalmente aconteceu? 7. Quando foi que a “Jerusalém de cima” teve motivo para jubilar, como predito em Isaías 54:1, e por que responde assim?
7 O nascimento de Jesus como humano foi certamente uma ocasião de alegria entre os anjos. (Lucas 2:9-14) Mas esse não foi o evento predito em Isaías 54:1. Foi só ao ser gerado pelo espírito santo, em 29 EC, que Jesus se tornou filho espiritual da “Jerusalém de cima”, reconhecido publicamente pelo próprio Deus como seu “Filho, o amado”. (Marcos 1:10, 11; Hebreus 1:5; 5:4, 5) Foi então que a celestial “mulher” de Deus teve motivo para jubilar, em cumprimento de Isaías 54:1. Finalmente tinha produzido o prometido Descendente, o Messias! Seus séculos de esterilidade haviam acabado. Mas sua alegria não parava por aí. Numerosos filhos para a mulher estéril 8. Por que a “mulher” celestial de Deus teve motivo para se alegrar depois de produzir o prometido Descendente?
8 Depois da morte e ressurreição de Jesus, a “mulher” celestial de Deus se alegrou em acolher de volta esse Filho favorecido como “primogênito dentre os mortos”. (Colossenses 1:18) Daí ela passou a produzir mais filhos espirituais. No Pentecostes de 33 EC, cerca de 120 seguidores de Jesus foram ungidos com espírito santo, sendo assim adotados como co-herdeiros de Cristo. Mais tarde naquele dia, foram acrescentados mais 3 mil. (João 1:12; Atos 1:13-15; 2:1-4, 41; Romanos 8:14-16) Esse grupo de filhos continuou a crescer. Durante os primeiros séculos da apostasia da cristandade, o aumento foi bem lento. Mas isso havia de mudar no século 20. 9, 10. O que a instrução de ‘tornar mais espaçoso o lugar da tenda’ significava para uma mulher que morava em tendas nos tempos antigos, e por que isso seria um tempo de alegria para tal mulher? 9 Isaías continua a profetizar sobre um período de crescimento notável: “Faze mais espaçoso o lugar da tua tenda. E estendam-se os panos de tenda do teu grandioso tabernáculo. Não te refreies. Alonga os teus cordões de tenda e faze fortes as tuas estacas de tenda. Pois irromperás pela direita e pela esquerda, e tua própria descendência tomará posse até mesmo de nações, e eles habitarão até mesmo nas cidades desoladas. Não tenhas medo, pois não serás envergonhada; e não te sintas humilhada, pois não ficarás desapontada. Porque te esquecerás até mesmo da vergonha do teu tempo de juventude e não te lembrarás mais do vitupério da tua contínua viuvez.” — Isaías 54:2-4.
10 Fala-se aqui a Jerusalém como uma esposa e mãe morando em tendas, como Sara. Quando é abençoada com uma família crescente, é tempo de tal mãe providenciar a expansão de seu lar. Ela precisa estender lonas e cordões mais compridos e fixar as estacas da tenda nas suas novas posições. Isso é um serviço alegre para ela e, num período tão atarefado, talvez se esqueça facilmente dos anos em que se perguntava ansiosamente se algum dia teria filhos para dar continuidade à linhagem da família.
11. (a) Como a “mulher” celestial de Deus foi abençoada em 1914? (Veja nota ao pé da página.) (b) De 1919 em diante, que bênçãos têm experimentado os ungidos na Terra? 11 A Jerusalém terrestre foi abençoada com tal período de renovação após o exílio babilônico. A “Jerusalém de cima” tem sido ainda mais abençoada.* Especialmente desde 1919, os de sua “descendência” ungida têm florescido em sua recém-restaurada condição espiritual. (Isaías 61:4; 66:8) Eles ‘tomaram posse de nações’ no sentido de que se espalharam em muitos países à procura dos dispostos a se juntar à sua família espiritual. Com isso, ocorreu um aumento explosivo no ajuntamento dos filhos ungidos. Seu número final de 144 mil parecia estar completo em meados dos anos 30. (Revelação [Apocalipse] 14:3) Naquela época, o objetivo primário da pregação deixou de ser o ajuntamento dos ungidos. Ainda assim, a expansão não se restringiu aos ungidos. 12. Além dos ungidos, quem tem sido ajuntado à congregação cristã desde a década de 1930?
12 O próprio Jesus predisse que, além de seu “pequeno rebanho” de irmãos ungidos, ele teria “outras ovelhas” que teriam de ser trazidas ao aprisco de cristãos verdadeiros. (Lucas 12:32; João 10:16) Embora não estejam entre os filhos ungidos da “Jerusalém de cima”, esses fiéis companheiros dos ungidos cumprem um papel importante e há muito profetizado. (Zacarias 8:23) Desde os anos 30 até hoje, uma “grande multidão” deles tem sido ajuntada, resultando numa expansão sem precedentes da congregação cristã. (Revelação 7:9, 10) Hoje essa grande multidão chega a milhões. Toda essa expansão tem criado uma necessidade urgente de mais Salões do Reino, Salões de Assembleias e prédios de filiais e congêneres. As palavras de Isaías parecem ainda mais oportunas. Que privilégio é fazer parte dessa predita expansão! Uma mãe que zela por sua descendência 13, 14. (a) Que aparente dificuldade se vê em conexão com algumas expressões dirigidas à “mulher” celestial de Deus? (b) O que podemos discernir do uso ilustrativo que Deus faz das relações familiares?
13 Vimos que, no cumprimento maior, a “mulher” da profecia representa a organização celestial de Jeová. Mas, ao lermos Isaías 54:4, talvez nos perguntemos em que sentido essa organização de criaturas espirituais alguma vez sofreu vergonha ou vitupério. Os versículos seguintes dizem que a “mulher” de Deus seria rejeitada, afligida e submetida a ataques. Chegaria até mesmo a provocar a indignação de Deus. Como podem tais coisas se aplicar a uma organização de criaturas espirituais perfeitas que jamais pecaram? A resposta está no conceito de família.
14 Jeová usa relações familiares — marido e esposa, mãe e filhos — para transmitir verdades espirituais profundas porque tais símbolos são significativos para os humanos. Seja qual for o alcance ou a qualidade de nossa própria experiência familiar, provavelmente temos uma ideia do que deve ser um bom casamento, ou uma boa relação entre pais e filhos. Assim, quão vividamente Jeová nos ensina que ele tem uma calorosa, estreita e confiante relação com suas vastas multidões de servos espirituais! E de que maneira expressiva ele nos ensina que sua organização celestial zela pela sua descendência terrestre ungida pelo espírito! Quando os servos humanos sofrem, os fiéis servos celestiais, a “Jerusalém de cima”, também sofrem. Similarmente, Jesus disse: “Ao ponto que o fizestes a um dos mínimos destes meus irmãos [ungidos pelo espírito], a mim o fizestes.” — Mateus 25: 40.15, 16. Qual seria o cumprimento inicial de Isaías 54:5, 6, e qual seria o cumprimento maior?
15 Portanto, não é de admirar que muito do que se diz à “mulher” celestial de Jeová reflita as experiências dos filhos dela na Terra. Considere estas palavras: “‘O Grandioso que te fez é teu dono marital, cujo nome é Jeová dos exércitos; e o Santo de Israel é teu Resgatador. Será chamado de Deus de toda a terra. Porque Jeová te chamou como se fosses uma esposa completamente abandonada e de espírito magoado, e como esposa do tempo da mocidade, que então foi rejeitada’, disse o teu Deus.” — Isaías 54:5, 6.
16 Quem é a esposa a quem se dirigem essas palavras? No cumprimento inicial seria Jerusalém, que representava os do povo de Deus. Durante seu exílio de 70 anos em Babilônia, eles se sentiriam como se Jeová os tivesse rejeitado e abandonado completamente. No cumprimento maior, tais palavras se referem à “Jerusalém de cima” e sua experiência de por fim produzir o “descendente”, cumprindo Gênesis 3:15. Disciplina passageira, bênçãos eternas 17. (a) Como a Jerusalém terrestre experimentaria uma “onda” de indignação divina? (b) Que “onda” sentiram os filhos da “Jerusalém de cima”?
17 A profecia continua: “‘Por um pequeno instante te abandonei completamente, mas com grandes misericórdias te reunirei. Numa onda de indignação escondi de ti a minha face apenas por um instante, mas vou ter misericórdia de ti com benevolência por tempo indefinido’, disse teu Resgatador, Jeová.” (Isaías 54:7, 8) A Jerusalém terrestre foi inundada por uma “onda” de indignação de Deus no ataque das forças babilônicas, em 607 AEC. Seus 70 anos no exílio poderiam parecer muito tempo. Mesmo assim, tais provações durariam ‘apenas um instante’ se comparadas às bênçãos eternas em reserva para os que aceitassem a disciplina. Similarmente, os filhos ungidos da “Jerusalém de cima” se sentiram como que sobrepujados por uma “onda” de ira divina, quando Jeová permitiu que fossem atacados por elementos políticos instigados por Babilônia, a Grande. Mas quão breve essa medida disciplinar pareceu mais tarde, em contraste com a era de bênçãos espirituais que se seguiram desde 1919! …
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