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PEQUENAS NOTAS SOBRE AS ELEIÇÕES
Esta fragmentação à direita (a par da geringonça a verdadeira novidade da última década na política em Portugal – e na qual o CDS tem claras culpas no cartório
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- JM Madeira | OPINIÃO & CRÓNICAS
- Postado por: LUÍS MIGUEL ROSAAdvogado – Opinião | 06/02/2022 03:40
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- O Chapa Quente – Por Editor: Bp Sérgio Oliveira
- ATUALIZADO – Dom, 06 de fev, 2022 | 20h02

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Particularidades:
O PS e os outros. Não sem alguma surpresa – e apesar de uma série de indicadores que apontavam para a sua pouca probabilidade – António Costa e o PS conseguiram 117 deputados e uma maioria absoluta de um só partido no parlamento, algo que não acontecia desde o infame José Sócrates. Costa meteu a carne toda no assador nestas eleições, procurando secar tudo à sua esquerda, culpando o BE e o PCP pelo chumbo do orçamento e a consequente queda do governo e dissolução da assembleia. Que estes foram os responsáveis pela eventual instabilidade causada por mais um ato eleitoral, ainda por cima em período pandémico, e que o “bom” trabalho do PS merecia uma confiança mais extensa dos portugueses e que só o voto no PS poderia afastar a terrível direita, “dos cortes nos apoios sociais e antisubsídios”, e a perigosa extrema-direita, na qual o Chega era o grande e terrível elemento fascizóide que necessitava de combate. Este discurso passou e o PS concentrou em si o voto útil de toda a esquerda, em claro prejuízo dos antigos parceiros da geringonça, aproveitando ainda a incapacidade dos partidos da direita em apresentar um projeto comum.
Esta fragmentação à direita (a par da geringonça a verdadeira novidade da última década na política em Portugal – e na qual o CDS tem claras culpas no cartório) traz uma realidade pouca abonatória para o país nos próximos anos. Sai um PS com muito dinheiro (olá “bazuca”) e muito tempo para governar, como quer e bem entende. E se recordarmos que entre 1995 e 2021 o Partido Socialista governou 20 destes 27 anos, sendo que o PSD/CDS governou sete, mas sempre em emergência financeira (primeiro, entre 2002 e 2004, com um procedimento por défices excessivos deixado pelo governo de António Guterres e depois, entre 2011 e 2015, com um programa da Troika, que durou três anos, negociado pelo executivo de José Sócrates), ou seja, que o PS governou mais de 2/3 do tempo e condicionou totalmente o restante, facilmente chegaremos à constatação de que dever-se-á temer o que aí virá nos próximos anos. Mas os portugueses escolheram, está escolhido.
O CDS. Mais do que o BE ou o PCP, ou mesmo o PSD, o grande derrotado da noite nacional foi o CDS. Não apenas pela perda de representação parlamentar – a primeira desde a nova república -, a queda abrupta de votos em pouco menos de dois anos, mas porque tudo isto era expectável. E não por falta de alertas. A indefinição do rumo a tomar após a saída de Paulo Portas e quatro anos em governação nacional, a liderança agridoce de Cristas e os movimentos internos que iam surgindo e, por fim, a descapitalização dos ativos do CDS após o congresso de janeiro de 2019 e as polémicas medidas do Chicão e a sua trupe desde então, inevitavelmente só poderiam resultar no ‘chumbo’ dos portugueses. As pessoas não estão a dormir e, por muito que se queira tapar o sol com a peneira, qual a credibilidade que uma direção (e consequentemente um partido) tem perante tamanhas divergências internas, com saídas de elementos históricos e importantes na vida do partido, que se queira assumir como alternativa na direita e no combate ao socialismo?
O Chicão não é o único responsável. São todos aqueles que por baixo assinaram, que, com um dedo acusador e moralista de quem acha que no CDS só pode estar quem se confirme com uma suposta pureza cristã, acompanhou a estratégia de afunilamento do partido, que permitiu, por exemplo, que os seus órgãos deixassem de discutir e decidir em Congresso com que liderança e com que estratégia deveria enfrentar as legislativas.
Mas o CDS não morreu. Ainda há muita gente capaz de reposicionar o partido nas linhas daquilo que as pessoas esperam do CDS. Ainda assim foi o sétimo partido que mais escolhas dos eleitores recolheu. Mesmo canibalizado pelo IL e pelo Chega, mantém uma base eleitoral em todo o país, sendo que apenas não elegeu deputados por razão das divisões em círculos eleitorais de Portugal. Porque tem capacidade de ir buscar o que perdeu e quem perdeu. Basta querer.
O CDS na Madeira. Sejamos práticos. A Coligação ganhou as eleições no círculo da Madeira. Foram 50.634 votos. O PS, apesar de todo o elã nacional, ficou a mais de 10 mil votos de diferença com 40.004 votos. Apenas a distribuição de Hondt permitiu o PS segurar o terceiro deputado, por 676 deputados. Goste-se ou não – e admito que todos aqueles que votaram PS em 2019 não perdoam o CDS por ter escolhido ser governo com o PSD na região – esta Coligação PSD/CDS venceu todas as eleições a que, até à data, concorreu. O primeiro teste foi nas Autárquicas e os resultados são expressivos. E agora, mais uma vez, os resultados, em número de votos e por concelhos, são igualmente expressivos. Tudo o resto são extrapolações. Qual o peso do CDS? Qual o peso do PSD? Qual o peso dos dois juntos? Qual o peso separados? Ninguém sabe. E quem quiser dizer o contrário será o equivalente a ler a fortuna nos astros. Querer ainda extrapolar os resultados presentes para 2023, quando ainda distamos mais de ano e meio, e sabendo de antemão que as eleições são sempre uma fotografia do momento e esse momento em 2023 é absolutamente imprevisível, é de total má-fé e procura de aproveitamento político, cujo objetivo único passa por minar a Coligação e o entendimento entre os dois partidos. E relembremos que esta Coligação e este governo de direita só existe porque o CDS assim o entendeu em 2019. Se o mesmo irá acontecer em 2023? Só o tempo e os madeirenses o ditarão.
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