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FADIGA PANDÉMICA
Primeiro exemplo: o Estado Português solicita aos portugueses a testagem constante. No entanto, não garante que hajam testes para todos.
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- JM Madeira – OPINIÃO & CRÓNICAS – Opinião | 31/01/2022 08:00
- ALEXANDRA NEPOMUCENO – Antropóloga/Investigadora
- AN–Portal de Notícias | NAZARÉ PAULISTA–SP
- O Chapa Quente – Por Editor: Bp Sérgio Oliveira
- ATUALIZADO – Ter, 01 de fev, 2022 | 20h28
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É natural que após dois anos de pandemia, restrições, alavancos, vacinas e variantes, chegámos a uma rotura ou, se quisermos, a uma fadiga pandémica! Será que isto é o novo normal, com o COVID a tornar-se constante e com a qual temos que viver? Ou ainda vamos estar sujeitos a outras restrições mais musculadas? A comunicação estará a ser bem orientada ou precisa de refeita?
Ora, a comunicação deveria ser assertiva e direta.
Vejamos:
Primeiro exemplo: o Estado Português solicita aos portugueses a testagem constante. No entanto, não garante que hajam testes para todos.
Segundo exemplo: no princípio de dezembro de 2021, afirmaram a previsão de haver um pico em janeiro de 2022. No entanto, não prepararam o reforço da linha da saúde 24 ou dos serviços de urgência, mesmo sabendo da existência deste pico!
Terceiro exemplo: afirmam que os não vacinados, incluindo as crianças, são contactos de risco. Dias depois, “abrem” tudo, já não havendo este risco. Como a variante Ómicron é menos letal do que as outras, vale tudo.
Conclusão: a questão central não é apenas a escassez de comunicação, mas sim a incoerência, a desorganização e a ineficiência dos serviços – o não funcionamentos dos centros de saúde e das urgências, o não apoio aos utentes e a discrepância nas restrições!
Não temos dados concretos nem informações certas. Por exemplo: o número certo da taxa de internados relativamente aos vacinados e não vacinados; ou o motivo pelo qual alguns médicos e pediatras são contra a vacina nas crianças e que até ao momento não mudaram de ideias; ou ainda que efeitos terão, a longo prazo, esta vacina.
Tudo isto leva à desconfiança e ao medo, principalmente ao receio de perguntar e de ser logo estereotipado de negacionista.
É preciso questionar, argumentar e contestar, caso seja este o caso. Não por ser “negacionista”, mas sim porque perguntar é importar, querer saber e aprender!
Incertezas e questões continuam a pairar, sobretudo, quanto ao futuro que se avizinha!
Nestas últimas semanas, a comunicação social e os media centraram-se na campanha eleitoral. E uma das questões que se colocava era o direito ao voto dos eleitores infetados e/ou em isolamento profilático, não sendo negado o direito de votar. Concordo. Todavia, relembro: já passaram várias eleições desde o início da pandemia! Vamos devolver o voto aos portugueses que não votaram anteriormente porque estavam isolados?! Vamos impugnar as eleições? Sendo que o parecer da Procuradoria-Geral da República confirmou que é anticonstitucional proibir um português de ir votar, o que é que se faz às outras eleições? Em que país vivemos onde considerámos aceitável vedar o direito voto aos portugueses nas eleições anteriores? Que democracia é esta?
E mais: durante a campanha eleitoral já não existe COVID? Os partidos mantiveram a sua agenda como se o país não estivesse praticamente todo contaminado, com um milhão de indivíduos em isolamento. Que exemplo é este em que os políticos andam nas ruas aos beijinhos e abraços sem máscara na maioria das vezes? Ninguém se lembrou que era um péssimo exemplo para os milhares de pessoas que estão confinadas? Ou o vírus é imune às campanhas partidárias?
Tratar os portugueses como estúpidos ou ignorantes nunca foi um bom recurso!
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