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Diabetes cresce na pandemia e mata 6,7 milhões só em 2021
Um a cada 10 adultos desenvolveram doença do tipo 2 de 2019 a 2021, segundo Federação Internacional de Diabetes
- SAÚDE | Carla Canteras, do R7
- 14/11/2021 – 02H00
⦁ Domingo, | atualiza 15 de novembro, 2021 | 09h37
⦁ – Nazaré Paulista –SP – Portal de Notícias
⦁ – Por Editor: Bp Sérgio Oliveira
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Não é de hoje que a OMS (Organização Mundial de Saúde) chama atenção para o aumento de diabéticos no mundo. Nos últimos 40 anos, a doença quadriplicou e a pandemia do coronavírus deixou os números ainda mais assustadores.
No último dia 5, a IDF (Federação Internacional de Diabetes – sigla em inglês) divulgou o Atlas Diabetes 2021 e só nesse ano, a doença foi responsável por 6,7 milhões de mortes em todo o mundo. O mês de novembro é marcado pela prevenção da doença e este domingo (14) é o Dia Mundial do Diabetes.
Um a cada 10 adultos entre 20 a 79 anos desenvolveram diabetes tipo 2 entre 2019 (data do último relatório) e 2021. Há dois anos, o mundo tinha 463 milhões de diabéticos, agora são 537 milhões.
A endocrinologista Denise Reis Franco, especialista nos cuidados com o diabetes, explica que as condições vividas nos último dois anos favoreceram o crescimento. “O diabetes tipo 2 está associado ao ganho de peso e ao sedentarismo. As pessoas foram confinadas em casa e diminuíram as atividades físicas. Perderam o ir e vir ao trabalho, ninguém mais foi à academia, ao parque, praças”, afirma Denise.
E acrescenta: “As crianças também ficaram em casa e o tempo de preparar comidas diminuiu e aumentou o consumo de alimentos processados, com teor maior de gordura, com mais açúcar, carboidratos. Ou seja, teve o aumento do consumo de calorias com um gasto calórico menor.”
Além da diabetes tipo 2, que é marcada pelo aumento do açúcar no sangue, existem outras duas formas entre as mais comuns: a do tipo 1, que é autoimune, não é possível prevenir e a pessoa tem de usar insulina a vida toda; e a gestacional, que acontece quando as mulheres estão grávidas.
Metade das pessoas doentes não sabem que são diabéticas
Mesmo sendo uma enfermidade grave, ela é silenciosa e, de acordo com a OMS, metade dos diabéticos não sabem que estão doentes e descobrem quando as consequências são graves. “O fato da doença ser silenciosa é a maior dificuldade que temos como profissionais de saúde. Os indivíduos procuram ajuda médica apenas quando estão com algum problema como dor ou desconforto, mas o hábito de ir ao médico para prevenção, antes de ter qualquer sintoma, ainda não é um hábito da nossa cultura”, lamenta Augusto Santomauro, endocrinologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
A especialista também lembra que as pessoas acabam se acostumando com alguns sintomas. “O difícil para população em geral é que os sintomas são arrastados. Muitas vezes, a pessoa se acostuma com aquele processo. Não é incomum diagnosticarmos só quando a pessoa já tem a complicação, que não acontece no primeiro ano da doença. Acontece quando ela já está instalada há um tempo”, pontua Denise.
Sintomas que merecem atenção
Além de procurar um médico para fazer o acompanhamento de rotina, é importante que sejam observados alguns sintomas mais comuns da enfermidade do tipo 2, como aumento da sede, da vontade de urinar e da fome; sensação de fraqueza; no caso das mulheres, coceira e corrimento vaginal; e perda de peso, mesmo comendo bem.
“Muitas vezes a pessoa doente, mesmo que tenha obesidade, acaba comendo muito e perdendo peso ou não ganha, porque descompensação do diabetes pode levar ao emagrecimento”, diz Denise.
Por que é importante cuidar do diabetes?
Se a doença não for tratada, as complicações podem levar a problemas graves de saúde. “Diabetes não tratado pode causar doença nos olhos, podendo levar a cegueira; doença nos rins, que pode evoluir com a parada total do rim e necessidade de diálise; distúrbios de cicatrização; problemas nos nervos; aumento do risco de úlceras em pernas e pés, que se não tratados podem levar a amputação e a maior causa de mortalidade no paciente com Diabetes que são as doenças cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (derrame) e obstrução dos vasos das pernas”, ressalta Santomauro.
Além dos sintomas, a médica lembra que alguns fatores de risco para o diabetes tipo 2 não podem ser esquecidos. “As chances aumentam se alguém da família tem a doença; se foi um bebê grande e maior do que esperado; se a mãe teve diabetes gestacional; mulheres com ovários policístico; obesidade; pessoas com gordura visceral aumentada; e sedentários”, finaliza Denise.
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